Um levantamento do Conselho Federal de Farmácia mostra que medicamentos como, idroxicloroquina (antimalárico), ivermectina (vermífugo) e nitazoxanida (antiparasitário) tiveram altas expressivas em vendas no Piauí em 2020.
Somente a ivermectina teve crescimento de 823%, e a hidroxicloroquina de 76%. Essa variação para maior está ligada a crença de que esses remédios podem ser usados no tratamento precoce ou até de cura do novo Coronavírus, entretanto, não há comprovação científica do funcionamento dessas drogas para tais finalidades.
DADOS PIAUÍ
Molécula | Total 2019 | Total 2020 | Crescimento |
HIDROXICLOROQUINA SULFATO | 13.496 | 23.727 | 76% |
IVERMECTINA | 76.524 | 705.960 | 823% |
DEXAMETASONA | 308.761 | 389.128 | 26% |
NITAZOXANIDA | 159.000 | 181.155 | 14% |
ASCORBICO ACIDO | 512.719 | 1.023.842 | 100% |
COLECALCIFEROL | 159.788 | 296.131 | 85% |
PARACETAMOL | 431.947 | 715.557 | 66% |
DIPIRONA SODICA | 1.144.944 | 1.654.144 | 44% |
IBUPROFENO | 669.962 | 532.442 | -21% |
No estudo, é possível observar que a rigidez ou o afrouxamento de normas sanitárias, que disciplinam a prescrição e a dispensação, também influenciam nos números. Houve época em que a nitazoxanida e a ivermectina permaneceram sob controle especial, por exemplo, e nesse período a redução do consumo foi notória.
Em 22 de julho do ano passado, a cloroquina, hidroxicloroquina e a nitazoxanida, deixaram de ser medicamentos controlados, passando à prescrição em receituário simples. A decisão está na RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 405. No dia primeiro de setembro foi a vez da ivermectina.
O Conselho Federal de Farmácia se manifestou sobre o chamado “tratamento precoce” da Covid-19 através de um documento aprovado em plenário por seus membros (para ler, acesse https://bit.ly/3oPQGOF).
Na nota, ele reafirma o apoio à assistência à saúde baseada em evidências científicas e à vacinação, mas lembra que farmacêuticos têm obrigação ética e legal de promover o uso racional de medicamentos, e que a responsabilidade legal é compartilhada com proprietários de farmácia.
Por fim, recomendou que os farmacêuticos verifiquem se houve a assinatura do Termo de ciência e consentimento entre o médico e o paciente.
“O CFF já se posicionou inúmeras vezes diante da categoria e da sociedade, reafirmando sua defesa da assistência à saúde baseada em evidências” comenta o assessor da Presidência do CFF. Professor Tarcisio José Palhano.
Fonte Redação
www.valedocaninde.com
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